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Balneário Camboriú: O Modelo de Hiperverticalização Redesenhando Cidades Brasileiras

Balneário Camboriú Inspira Outras Cidades no Brasil com Ocupação Vertical

A hiperverticalização de Balneário Camboriú, que abriga alguns dos maiores edifícios residenciais da América Latina, tem se tornado um modelo para “redesenhar” outras cidades no Brasil. A prefeitura e a construção civil da cidade têm recebido consultas de municípios de todo o país interessados no modelo de outorga onerosa, que transformou a construção dos superedifícios em um case nacional.

O interesse vem de cidades de todas as regiões do Brasil, especialmente do Nordeste, onde municípios com características semelhantes a Balneário Camboriú buscam soluções para espaços altamente valorizados e a necessidade de investimentos em infraestrutura urbana.

Rubens Spernau, Secretário de Planejamento e ex-prefeito de Balneário Camboriú, explica que cidades como São Paulo e Curitiba foram precursoras nas chamadas “operações urbanas”. Essas operações envolvem a liberação de gabaritos em determinadas áreas do município em troca de valores reinvestidos em infraestrutura. Balneário Camboriú adotou essa prática de forma consistente, utilizando-a para financiar grandes projetos, como a reurbanização da Avenida Atlântica, avaliada em R$ 500 milhões.

“Hoje, nossa infraestrutura urbana está alicerçada nas outorgas. Isso tem feito uma diferença enorme para encarar grandes desafios e outros que estão por vir. O valor da terra é muito alto, e qualquer intervenção urbana, especialmente ligada à mobilidade, tem um custo de indenização altíssimo, especialmente na nossa região. Ou seja, se não tivermos as operações urbanas, a própria venda de outorgas para construir mais, alicerçada no que a legislação permite, de fato não temos como encarar esses desafios”, afirma Spernau.

Esse modelo de ocupação criou um cenário único em Balneário Camboriú, que privilegia a altura dos edifícios. O skyline da cidade tem tanto admiradores quanto críticos, mas é inegável que chama atenção e se tornou um tema recorrente nos fóruns de discussão nacional sobre ocupação urbana.

“Muitos gestores têm apostado na verticalização porque é um modelo mais democrático de gestão urbana. É uma maneira de tratar o recurso público de forma mais eficiente, mas a cidade tem que ser pensada para isso”, avalia a engenheira civil Stephane Domeneguini, responsável pela área de supertalls da FG Empreendimentos, construtora de alguns dos maiores arranha-céus da América Latina.

De fato, a concentração de edifícios residenciais em áreas com maior oferta de infraestrutura urbana é uma discussão pertinente entre urbanistas. No entanto, o caso de Balneário Camboriú é diferente: a cidade é um exemplo de hiperverticalização “orgânica”, resultado da alta demanda por imóveis em um espaço reduzido e muito valorizado. “Balneário Camboriú é resultado do perfil demográfico. Foi um crescimento orgânico, que agora buscamos que seja planejado. E tem mercado para subir”, afirma Domeneguini.

Em breve, Balneário Camboriú terá o maior prédio residencial do mundo: o Triumph Tower, um gigante com mais de 500 metros de altura e mais de 100 andares, que será erguido na Barra Sul, à beira-mar. O superprojeto está em etapa final de aprovação na prefeitura, incluindo negociações sobre outorga onerosa e solo criado, instrumentos que permitem ampliar o número de pavimentos e o potencial construtivo.

Balneário Camboriú, com sua abordagem inovadora e bem-sucedida de ocupação vertical, continua a inspirar outras cidades no Brasil, mostrando que é possível combinar crescimento urbano com qualidade de vida e infraestrutura eficiente.

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